17 de out. de 2011

Energia


A palavra energia tem muitas conotações.
Ela pode significar tanto tipos específicos de energia como a energia elétrica e atômica, como também se referir ao movimento das pulsações sutis que permeiam as estruturas materiais.
Para que haja energia é necessário que haja movimento.

Desta forma, os orientais, praticantes da medicina chinesa e ayurvédica, consideram que a saúde é decorrente de um fluxo de movimento harmonioso de energias sutis conhecidas por “Chi” ou “prana” ou mais comumente por “energia vital“.

Dentro deste princípio, a vida se baseia no movimento.

Este movimento é devido a um relacionamento entre dois campos opostos, que constitui as polaridades, conhecidas na medicina chinesa, por “yin” e “yang”, na ayurvédica, por “gunas”.

Mesmo diante de uma perspectiva voltada para a ciência e a tecnologia, qualquer fluxo energético é orientado através da polaridade.
Observe-se que, para que a eletricidade flua é necessário um relacionamento entre as polaridades do potencial positivo e negativo.
Do mesmo modo, se observarmos a estrutura de um átomo, veremos o estabelecimento de uma relação dinâmica entre as energias positivas, neutras e negativas.

Porém, para que haja movimento e o conseqüente fluxo energético, é necessário que exista uma fonte, origem deste movimento.
E assim, podemos considerar que a vida de todo ser consciente passa por diversas fases, ao deslocar-se de campos de energia mais sutis para os mais densos, quando desenvolve a forma física.

Para o taoísmo chinês a origem de tudo o que existe reside no “Tao”, que é a essência imutável destituída de polaridade, a partir do qual surge toda a criação e o potencial para a existência de todas as formas.
Para os chineses, o “Tao” possui dois aspectos um não manifesto “Wu chi”, e outro, manifesto “Tai Chi”. Ao originar o movimento a energia criativa do “Tao” desenvolve as polaridades através das forças “yin” e “yang”, onde “yang” corresponde a fase da energia positiva e expansiva, projetando-se para fora e o “yin”, a fase contrativa, negativa e receptiva.
Se observarmos o funcionamento de um coração, veremos que ele se baseia na contraposição entre duas forças opostas, centrífuga e centrípeta.
Assim o sangue, durante a fase expansiva , “yang”, é impulsionado para fora do órgão, enquanto que na fase receptiva, “yin”, ele é sugado para o seu interior.

“Yin” e “yang”, através de suas potencialidades, determinam um fluxo de energia a partir do qual serão criados os 5 elementos ou padrões de energia.
O relacionamento entre “yin” e “yang” e os 5 elementos irão expressar nossos pensamentos, emoções e processos físicos.
Os 5 elementos são manifestações do “Tao”, emanadas a partir do seu centro, neutro.


Diversas Formas de Energia

A energia metabólica extraída dos alimentos que ingerimos é a forma de energia mais conhecida que o nosso corpo utiliza.
A nível físico, a energia metabólica, que retiramos dos alimentos que ingerimos, é fornecida através de carboidratos, proteínas, gorduras, minerais e vitaminas.
Os alimentos devem ser encarados não como uma maneira de acrescentar calorias, proteínas, carboidratos e gorduras ao nosso organismo, mas como uma força dinâmica que interage com os seres humanos nos níveis dos corpos físico, mental e emocional e também energético e espiritual.

A nutrição é um processo de interação e assimilação das forças dinâmicas do alimento e do nosso ser. Rudolf Steiner, criador da Antroposofia, em 1924, afirmava que a importância da assimilação consiste na inter-relação entre os campos de energia do organismo humano e o das substâncias ingeridas.
Em “The Dynamics of Nutrition”, o Dr. Gerhard Schimidt ressalta a relação entre a nutrição e a assimilação nos diferentes níveis de energia que aumentam com a proximidade da luz solar.

Ainda, segundo Steiner, a principal finalidade dos nutrientes é o de contrariar a lei da entropia, através das forças dinâmicas do organismo, ou seja, é necessário que se mantenha a nossa energia corporal ou força vital elevada.
Dietas e estilos de vida inadequados impossibilitam o livre fluxo de energia cósmica interrompendo não só a duplicação das células como também as funções enzimáticas.
Como conseqüência surgem o envelhecimento e as doenças.

Os alimentos constituem uma fonte de elétrons carregados negativamente.
Ao serem ingeridos, os elétrons se deslocam do pólo negativo, existente nos alimentos, para o pólo positivo do oxigênio que inalamos.
Minerais importantes para o ser humano, como o ferro, magnésio, zinco e outros, são importantes condutores de bio-eletricidade.
Vitaminas A, C e E, selênio e diversas enzimas atuam como antioxidantes e são responsáveis para que os elétrons do sistema não sejam roubados pelos radicais livres, provenientes de poluição externa e interna conseqüente de uma dieta pobre.

Alimentos ácidos como a carne, o café, alem de refrigerantes e bebidas gaseificadas aumentam o nível de íons de hidrogênio (H+) no sistema, esgotando o oxigênio que se liga ao H+ para formar a água.
Daí a importância dos alimentos de origem vegetal, uma vez que, através da fotossíntese, a energia solar é armazenada como energia de elétrons ativos, na ligação carbono-hidrogênio.

O oxigênio se constitui, também, numa grande fonte nutricional uma vez que não podemos sobreviver sem ele além de alguns minutos.
O oxigênio é de vital importância, para nós seres humanos, uma vez que participa com 65% na constituição de partes do nosso corpo, como sangue, órgãos, tecido e pele.
Necessário à nossa sobrevivência, necessitamos dele para as diversas funções corpóreas.
Somente o nosso cérebro, (que representa 2% de nossa massa corpórea), necessita de 20% do oxigênio presente em 21% do ar que respiramos.

A água é outro elemento muito importante para o ser humano, tanto a nível físico como sutil.
É muito importante a ingestão de líquido e mais ainda estar atento à sua qualidade.

Outra importante fonte de energia vital é a luz do Sol, que é filtrada através dos corpos sutis e absorvida pelos receptores nervosos dos olhos e da pele.

É provável, segundo alguns estudos, que a íris, além de ser uma zona de reflexo, onde a energia que entra pode afetar partes do sistema humano, seja também um órgão específico de obtenção de alimento.

A informação da luz solar ao ser absorvida pelos receptores do nervo ótico é conduzida através de impulsos a centros importantes, como a pineal, pituitária e sistema endócrino.
Desta forma todo o organismo é ativado assim como são regulados os ciclos e ritmos corporais.
Atualmente a endocrinologia aceita a teoria de conexão entre o olho e a pineal, associada ao ritmo circadiano.
A luz solar ao penetrar no nervo ótico atua no centro ótico, no córtex e também no hipotálamo e núcleo superquiásmico, o relógio de nosso organismo. A seguir a luz segue para a medula espinal e gânglio superior cervical e para a pineal.
Daí são enviadas mensagens hormonais para o hipotálamo que também libera mensagens hormonais para a pituitária.

Experiências com animais estimulados por feixes luminosos na freqüência próxima ao vermelho-alaranjado têm demonstrado ser possível estimular, desta forma, os ovários.
É importante que se observe que a função sexual é atribuída ao segundo chacra, cuja cor básica é o laranja.

Além de necessária à produção de vitamina D, no nosso corpo, a luz solar é importante na regulação da produção de melatonina, fabricada na pineal, e responsável, segundo pesquisas, pela indução ao sono, além de modificar a secreção de outros hormônios.


Outras Formas de Energia

Contudo, nosso corpo, além da energia química, também utiliza outras formas de energia, como, por exemplo, a energia elétrica, que nos permite comunicações ao longo do sistema nervoso.
Nossas células podem se comunicar umas com as outras, não só através de sinais químicos mas também sinais luminosos e eletrônicos.
No entanto, embora não oficialmente aceitos pela ciência, nosso corpo utiliza outras formas de energia que são a energia vital e a espiritual, conhecidas no Oriente como “energia sutil”.

A “energia espiritual” importante para a nossa saúde flui para o interior das células e órgãos através dos chacras.

A energia vital é conhecida pela medicina chinesa como “Chi” e como “Ki“, no Japão.
É chamada de Prana pela medicina ayurveda, de Mana no Hawai, de Tumo no Tibet e corresponde também a energia orgônica, de William Reich.

O Prana para a medicina ayurvédica e para a ciência yogue corresponde à energia sutil do corpo e dos alimentos.
É a eletricidade solar pura que, segundo os antigos indianos, correspondem à pequenas esferas de vitalidade, eletricamente carregadas, que são mantidas no ar fresco.

As escrituras yogues afirmam que a consciência universal, em sua evolução, se transforma em prana, do qual emerge todo o universo.
O termo prana também serve para identificar a força vital no interior do corpo ou energia kundalini terrena, que segundo Muktananda corresponde à energia mantenedora e controladora de todo o nosso sistema fisiológico.
Contudo é importante ressaltar que, quando se fala no “despertar da kundalini”, estamos nos referindo à energia espiritual potencial que se acumula no chacra básico, no corpo etéreo.
Esta energia quando dinamizada completamente, emerge do seu estado potencial e se eleva através do nadi central ou sushumna.
Muktananda afirma que as impurezas bloqueadoras do fluxo de prana dos nadis constituem a base de todas as dores e doenças que nos afligem.

O prana, em seus diversos níveis de densidade, constitui o nutriente básico do nosso corpo.
Desta forma são considerados nutrientes todos os níveis de energia disponíveis nos reinos mineral, vegetal e animal, inclusive a própria luz do sol.
Segundo um paradigma holístico:

 “nutrição é tudo aquilo que absorvemos em nosso complexo corpo-mente-espírito, em diferentes níveis de densidade, e que tenha sido precipitado da força cósmica”.

 O Chi corresponde a energia sutil nutritiva absorvida diretamente do meio ambiente, do processamento dos alimentos ou herdada de nossos pais.
Fluindo através dos meridianos energéticos, ajuda a energizar e dar suporte às funções normais do nosso corpo.
Para os taoistas o Chi (Ch’i, Ki ou Qi) é uma forma de energia invisível, também conhecida como força vital, que permeia e alimenta tudo o que se situa abaixo do Sol, além dele próprio.
Esta forma de energia corresponde à força eletromagnética e nos seres humanos, embora não possa ser vista, pode ser sentida.

Segundo os Chineses, o “Chi” é uma energia que impregna o nosso corpo e todo o ambiente que nos circunda.
Segundo estudos desenvolvidos na China, a energia “Chi” é constituída de diversas outras formas energéticas como a radiação infravermelha, eletricidade estática, infra-som e campos magnéticos.
Pode-se afirmar que ele constitui nossa essência vital, sem a qual morreríamos.

Existem três tipos de Chi.
O Chi do céu que compreende as energias do universo, como a luz do Sol, a gravidade e o magnetismo. O Chi da terra abrange tudo que se situa em sua superfície como o calor, os mares, os ventos, as plantas e os animais.
Estes dois tipos de Chi influenciam um terceiro que é o Chi humano.
Este tipo de energia, o Chi humano, origina-se de três fontes.
Parte dela se origina da energia vital herdada de nossos pais e é chamada de chi ancestral.
A segunda fonte são os alimentos que ingerimos e de onde parte da energia é retirada e
a terceira e talvez a mais importante é retirada do ambiente.

Segundo Diane Stein, “enquanto o Chi da terra e o Chi do céu são levados para o corpo por força exterior, o Chi original ou força vital, presente na concepção, é interno e armazenado no Hara ou Tan Tien.”

 O centro do umbigo, também conhecido por Tan Tien, é o centro do Chi Original, em torno do qual giram as funções corpo/mente/espírito.
Ele armazena e transforma a energia que é usada para manter o bom funcionamento do corpo.
Situado a 2,5 a 4 cm abaixo do umbigo, medida que varia de pessoa para pessoa, este ponto situado na frente do corpo corresponde, atrás, ao espaço entre as segunda e terceira vértebras lombares.

Conforme os ensinamentos taoistas, o Tan Tien ou Centro do Umbigo é o lugar que se transforma, armazena e recebe as forças externas, necessitando estar livre de bloqueios para facilitar a circulação energética.
Ponto da Órbita Microcósmica, é importante nos processos de sintonização energética e tratamento no Reiki.

A Órbita Microcósmica conecta o vaso da concepção ao vaso governador, formando um circuito energético, através do corpo.
O canal governador (yang) começa no períneo e contornando o cóccix e a parte externa da bacia, eleva-se ao longo da coluna chegando ao alto do crânio, para então descer pelo meio do rosto e terminar no palato.
O canal funcional ou vaso da concepção (yin) também começa no períneo, elevando-se pela frente do corpo até chegar à ponta da língua.
A energia flui de modo ascendente pelo canal governador e descendente pelo funcional, formando um circuito chamado de Órbita Microcósmica ou Roda da Vida.

A energia flui de modo mais eficaz através de dois procedimentos: o primeiro, contraindo-se o ponto
Hui Yin e segundo, colocando-se a língua no céu da boca, atrás dos dentes.
Estes dois procedimentos permitem que se liguem os canais inferiores ao chacra básico e os canais da parte superior do corpo.
Isto permite que se estimule à circulação do Chi, exercício praticado no Chi Gung, que significa o cultivo da energia e que corresponde no Yoga Tântrico, ao despertar da Kundalini.
Segundo os ensinamentos da Índia, corresponde à energia que se encontra adormecida na base da coluna vertebral, enrolada na forma de serpente e que desperta, se desloca pelo canal central em direção ao chacra da coroa.

Desde o tempo anterior ao nascimento do Cristo, que os mestres taoistas e do Chi Gung fazem experiências no campo da energia sutil, descobrindo como influir positivamente no pensamento e sentimento das pessoas, assim como sobre os diversos sistemas orgânicos e correspondentes energias vitais.
Estas experiências têm sido comprovadas em laboratórios e universidades da China, através de pesquisas químicas e biofísicas realizadas por cientistas e mestres do Chi Gung.

Segundo os taoistas, os íons negativos formam-se pela interação da energia solar com a atmosfera, bem como de partículas cósmicas, raios, ventos, tempestades, etc.
De acordo com estudos científicos, os íons negativos, considerados por alguns como sendo o Chi, são importantes para a saúde humana.
Por exemplo, sua presença nos pulmões favorece a passagem do oxigênio pelas membranas alveolares facilitando sua absorção pelo sangue.
Segundo os Doutores Robert Ornstein e David Sobel, ficou comprovado que os íons negativos promovem um aumento dos níveis de serotonina, que é um neurotransmissor associado a estados de tranqüilidade. Estudos têm demonstrado também a diminuição de íons negativos causados por poluição, ar condicionado, ambientes fechados, edifícios de concreto, campos elétricos criados artificialmente, desflorestamentos, etc.
A importância dos íons negativos é tão grande que hoje já são produzidos e comercializados pela indústria geradores de íons para uso doméstico.

De uma forma mais simples podemos dizer que o Chi é respiração, energia, vitalidade, magnetismo animal, personalidade, vida.

O Chi, segundo os chineses, flui através do corpo ao longo de 12 canais, denominados de meridianos, que por sua vez seguem trajetos que correspondem ao nosso sistema nervoso.
Este sistema de captação energética inclui, além dos meridianos, dois vasos principais que descem pelo centro, um pela frente do corpo e o outro por trás, nas costas, e mais 700 cavidades, que são usadas normalmente na acupuntura.
Destas, quatro são muito importantes e se situam duas nas solas dos pés e duas nas palmas das mãos. Os meridianos são formados por oito vasos e doze canais.
Os vasos são reservatórios de Chi e os canais constituem a comunicação por onde o Chi se desloca de um para outro vaso.

A saúde se fará presente quando estes reservatórios estiverem cheios de Chi e os canais desobstruídos permitindo o livre fluxo do Chi.

A qualidade do ar que respiramos, do alimento que ingerimos, da água que bebemos, além do clima, pensamentos e emoções pode bloquear o livre fluxo do Chi e afetar nossa saúde.

Segundo as observações taoistas, cinco transformações energéticas emanam das interações Yin/Yang. São as 5 Fases Elementais da Energia pelas quais passa o Chi e que também são conhecidas por 5 elementos: madeira, fogo, terra, metal, água.

Simbolicamente representando os elementos físicos da natureza, a madeira corresponde à energia que se desenvolve e gera,
o fogo, a energia que se expande e irradia,
a terra, a energia que está se estabilizando e centrando,
o metal corresponde a energia que se solidifica e contrai e
a água, a energia que se conserva, junta e submerge.

Estes 5 elementos podem ser observados no universo e no corpo humano, onde afetam nossos órgãos: água (rins/bexiga), madeira (fígado/vesícula biliar), fogo (coração/intestino delgado), metal (pulmão/intestino grosso) e terra (pâncreas/baço/estômago).

http://www.kironterapia.com/artigos/artigo_9.htm

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